sábado, 13 de agosto de 2011

OPINIÃO DO BLOG: QUAL JUSTIÇA?

O abominável crime que vitimou a Juíza Patrícia Acioli deixou muitos de nós, como é usual acontecer, com gosto de sangue na boca.
PRESENTE!
 Uma amiga minha que vive nos EUA, em um estado que pratica a pena capital, me escreveu em defesa da mesma alegando que realmente funciona. Os estudos que consultei em geral sinalizam que não. Contudo, não sendo um especialista no tema, dou a ela o benefício da dúvida. Porém, eu pessoalmente não consigo admitir que se dê a uma pessoa ou grupo o poder de arbítrio sobre a vida ou a morte, principalmente quando a mesma é uma forma de vingança social.

Além disso, o que não falta no Brasil são execuções. Os mesmos bandidos que mataram Patrícia provavelmente fazem parte daqueles grupos que "limpam a área" onde atuam. A grande diferença dos EUA para o Brasil nesse aspecto não é a pena capital, mas o fato de que o sistema penal deles funciona. Há também injustiça, há uma indústria do processo, mas não se vê por lá este cinismo que nos assola.

É a deformidade do sistema policial-penal brasileiro que faz com que assassinos e outros bandidos perigosíssimos se livrem da prisão, como se deu com o dejeto humano chamado Pimenta Neves, que levou 11 anos para ser preso, e não por estar foragido. É esse mesmo sistema que prendeu o ex-jogador Zé Elias porque este não conseguia honrar uma pensão de R$ 25 mil. Que limita a pena de prisão a 30 anos mas permite "benefícios" por "bom comportamento" a partir do cumprimento de 1/6 da mesma. Que nos deixa à mercê de criminosos brutais que se escondem atrás da menoridade. Que esclarece 1% dos homicídios. Etc., etc...

Na minha profissão também faço investigações, mas de falhas de equipamentos, não de crimes. Aprendi a buscar tanto as causas imediatas como as básicas. Pois bem, para mim a causa imediata dessa morte é óbvia, foi o atentado a tiros que a vítima sofreu. Mas a causa básica não aponta para seus executores (que, provavelmente, irão logo "pra vala"), e sim para seus próprios pares, juristas cúmplices de uma justiça de merda!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

JUÍZA DE SÃO GONÇALO EXECUTADA EM NITERÓI

Essa juíza cumpria com o seu dever e foi servida de bandeja para seus algozes. Pessoas nessa posição não devem ter a prerrogativa de escolher se querem ou não proteção especial. Trata-se de proteger a pessoa E o posto que ela representa. Agora, como reagirão os juízes, promotores, policiais e outros que, tal e qual Patrícia, vinham enfrentando essas bandas podres?

Patrícia Acioli, que Deus te abençoe!

Patricia Acioli, juíza linha-dura com grupos de extermínio de São Gonçalo, é morta na porta de casa - Casos de Polícia - Extra Online

CORREÇÃO: Titulo do post corrigido por alerta do companheiro Fernando Freire.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

COMO (MAL) SE FORMA UM POLICIAL

Outro título poderia ser: "E eu que pensava ter uma boa noção sobre as mazelas da PM..."

O Jorge Antônio Barros publicou no Repórter de crime artigo do Coronel da reserva  José Vicente da Silva Filho, onde este critica de maneira implacável a irresponsável meta do Governador Sérgio Cabral de inchar mais ainda a PM Fluminense, chegando a um efetivo de 70 mil policiais, nessa conta incluindo os civis. Leiam o texto, pois este revela absurdos inacreditáveis para quem não conhece a PM por dentro e pensa que a corrupção é a única mancha. Vejam como uma corporação pode ser configurada para não dar certo.

Faço uma comparação com a área em que atuo: sou Técnico em Química e são precisos 4 anos de formação para exercer a minha profissão. A função de nível superior correspondente é o Engenheiro Químico, formado em 5 ou 6 anos. Um Oficial da PMRJ é formado em 3 anos (em horário integral). Um soldado em... 6 meses!

Em seis meses o cidadão aprovado no concurso da PM recebe uma arma, distintivo, uniforme e... Autoridade! Como é possível um absurdo desses? Em seis meses não se aprende a ser mecânico. Não se aprende um novo idioma. Não se desenvolve nenhuma grande habilidade esportiva ou artística. Não se aprende praticamente nada que exija algum preparo especial. Mas, para nossos governantes, pode se aprender em seis meses a proteger os cidadãos, enfrentar bandidos em tiroteios, fazer perseguições em alta velocidade... Me desculpem meus 14 leitores, mas o que me vem à mente é um sonoro PQP!

Em São Paulo já são dois anos de curso para soldado da PM. Isso apenas não resolve tudo, mas é um passo indispensável, até para desestimular aqueles que já ingressam na corporação com más intenções.



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

SOBRE ZAGALLO E FORREST GUMP - 80 ANOS

Em 2006 eu enviei um imeio ao Mauro Cezar Pereira, da ESPN, que havia dado umas traulitadas no Velho Lobo. Acho que ele não leu. Nesse texto eu dizia, sem mudar uma vírgula:


Mauro Cezar, parabéns pelo seu texto. Você não é o primeiro a ter a coragem de expor o que muitos pensam sobre o “Velho Lobo”, mas há algum tempo não via alguém tocar nesse assunto. Em primeiro lugar, quero deixar bem claro que reconheço o amor que Zagallo tem pelo futebol e, principalmente, pela Seleção Brasileira. Na idade em que se encontra, e já tendo ganhado tudo, poderia curtir a família e a glória. Mas a cada um suas escolhas.
Não há comparação entre Telê e Zagallo. Basta ver seu retrospecto em clubes. Zagallo não conquistou um título sequer de expressão com treinador de clube. Telê foi um caso raríssimo de técnico ídolo em todos os times que treinou.
E na Seleção? Zagallo não é o único tetracampeão mundial?
De fato. Como Forrest Gump, Zagallo sempre “estava lá”. Nos dois títulos como jogador, era reserva e ganhou duas vezes a posição de Pepe, muito superior. Em 70, herdou o cargo de João Saldanha e, a bem da verdade, mexeu no time e resolveu o problema de escalar vários jogadores que, a rigor, não poderiam atuar juntos. Taticamente revolucionária, a Seleção do Tri pode ser comparada a outra “coqueluche” da época: os Festivais da Canção. Hoje sabemos que uma espetacular geração de artistas é que fez daqueles eventos um enorme sucesso, e não o contrário. Como os pífios festivais dos anos 80, as Seleções de 1974, 1996 (olímpica) e 1998 foram decepcionantes. Ou seja: quando teve o time na mão, com tempo para prepará-lo a seu critério, Zagallo não ganhou nada. Como? Medalha de Bronze? Ora, em futebol no Brasil e basquete nos EUA só um resultado interessa: Campeão, o resto é último. Em 78 e 86, ficamos invictos. Em 74 e 98 perdemos dois jogos em sete, nesta última com duas “conquistas” inéditas: viramos fregueses da Noruega e sofremos a ÚNICA derrota por mais de dois gols de diferença em toda a nossa participação em Copas.

Bem, passados cinco anos eu mudaria muito pouco neste texto. Não acho mais que só quando se é campeão é que está bom. Penso hoje que, se o futebol brasileiro fizer algo próximo do nosso vôlei, ou seja, estiver sempre no pódio, merece todo o nosso aplauso. Faltou também explicar que a comparação com Forrest Gump também se deveu à insistência de Zagallo em exaltar seus recordes e nunca lembrar das vezes em que quebrou a cara, como se isso não fosse algo normal em qualquer ser humano.

Zagalo na Copa de 70.
Goste eu ou não, "tenho que engolir": Zagallo é um grande nome da história do futebol brasileiro e, consequentemente, do mundial. Parabéns pelos seus 80 anos, Velho Lobo (e "xará")!

Mas, cada vez que eu vejo o Zagallo ser homenageado, mais eu sinto saudades do Telê Santana.

Telê na Copa de 82.

PROFISSIONALISMO E IDENTIFICAÇÃO COM O CLUBE

Dentre meus 14 leitores me perdoem os que não forem tricolores, mas este texto é sobre o meu Flu. Numa era em que o profissionalismo é defendido por todos no futebol e demais esportes de massa, quero colocar uma pitada de amadorismo nesse angu.

Toco nesse assunto porque, após uma terrível atuação do meu time, uma das piores que já assisti, vejo muitas opiniões do tipo "Fora Fulano!" por aí. E quero dizer que já gritei e ainda posso muito bem fazer isso de novo, mas acho que ainda não é o momento.
Só quero colocar agora que, ainda que se exija profissionalismo do atleta, não custa nada aproveitar aquele famoso "amor à camisa" que alguns pensam que não existe mais. Ficou raro e não é um amor tão cego assim, mas existe. Alguns clubes têm conseguido um retorno bem interessante quando investem em jogadores que sentem algo de especial pelo clube que defendem. Na hora daquele "algo a mais", esses jogadores têm uma reserva de energia da qual os demais não dispõem. É óbvio que isso não substitui a qualidade, a dedicação, a disciplina e muito menos o talento. Mas que ajuda, ajuda.

Observem os jogadores citados a seguir e os clubes que defenderam com essa "identificação": Conca e Assis (Fluminense); Petkovic (Flamengo); Marcelinho e Rincón (Corinthians); Sorín (Cruzeiro); Mauro Galvão (Vasco), etc.etc. Muitos outros podem ser citados. Tive o cuidado de relacionar jogadores que não foram revelados por esses clubes. É fácil falar da identificação do Júnior com o Flamengo, do Ademir da Guia com o Palmeiras ou do Bobô com o Bahia. Os atletas que relacionei desenvolveram uma relação especial com time e torcida, mesmo não sendo "prata da casa". Desse modo, e os resultados estão aí para provar, deram um retorno extraordinário ao seu clube.
Bem, a ideia desse texto nasceu por ter visto, no mesmo final de semana da vergonha do meu Tricolor em Sete Lagoas, o Cícero fazer dois gols pelo São Paulo, o Conca brilhar na China (Ok, moleza pra ele fazer isso), o Roger visitar o time (como fizera o Washington dias antes), o Alan começar a se destacar na Europa... Minha esperança? O cara no banco. Abel tem essa identificação com o clube. Vai sofrer pra burro mas vai arrumar a casa para 2012. Neste ano o que vier é lucro. Ano que vem o Flu vai atropelar - publico agora pra não dizerem depois que não falei. ST!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

PEDIU PRA SAIR!

Este blog vem ecoando há tempos (ver aqui e aqui) os anseios de muitos pela exclusão de Johnbim (essa grafia devemos ao Paulo Henrique Amorim) do ministério de Dilma Roussef. Na qualidade de petroleiro sempre fiquei indignado com a presença, num governo que ajudei a eleger, de um dos responsáveis pela pilantragem perpetrada pelo governo FHC contra a sociedade e a minha categoria na nossa greve de 1995 (para ver um resumo daquele movimento leia aqui). O demissionário Ministro da Defesa ocupava a pasta da Justiça (?) no governo do Farol de Alexandria (outra alcunha que devemos ao Amorim).

Precisa comentar?
Agora, no Viomundo, o Azenha apresentou uma brilhante definição chicanysiana do Johnbim: uma cruza de Bozó com Rolando Lero. Eu ousaria acrescentar: com uma generosa pitada de Pantaleão.

COMPLEMENTANDO: Celso Amorim é o novo Ministro da Defesa. Uma mudança da água suja para o champanha.  E adorei este post do Marco Antonio Araujo sobre o Johnbim no seu blog O Provocador.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O QUE JUSTIFICA UMA RENÚNCIA FISCAL?

A pergunta tem cabimento porque este blogueiro entende que, sim, pode haver motivos que justifiquem este tipo de "incentivo". Isso é feito a todo momento com tributos como o Imposto de Importação, que pode ser manipulado para, por exemplo, evitar pressões inflacionárias ao facilitar a compra de mercadorias importadas. A redução do IPI de automóveis e da "linha branca" feita no governo Lula foi justificada como uma resposta à crise mundial de 2008.

O grande perigo da renúncia fiscal é torná-la mais uma forma de pilhagem do erário pois, na prática, o dinheiro que deixa de entrar nos cofres públicos equivale a um que fosse retirado dos mesmos. E isso é o que parece (parece?) estar acontecendo com o que foi exposto na matéria da Folha de S. Paulo de 27/06 (isso mesmo, foi em junho), a qual você pode ler parcial ou completamente, caso seja assinante, aqui.

Segundo a reportagem, o Governo Sérgio Cabral deixou de arrecadar, pelo mecanismo da renúncia fiscal, cerca de R$ 50 bilhões de 2007 a 2010, contra uma receita total de R$ 97 bilhões no mesmo período. Isso mesmo, a renúncia ultrapassa 50% da receita! É 50 vezes a reforma do Maracanã! Pagaria três anos de salários e encargos de todo o funcionalismo estadual! Lembra dos royalties do petróleo, que o Cabral diz que, se redistribuídos, quebrariam o Estado? São "só" 3,3 bilhões/ano, ou seja, a renúncia do Cabral equivale, por ano, a cerca de quatro vezes a receita dos royalties! Neste link você pode pessoalmente checar os números de receitas e despesas do RJ, obtidos no próprio saite do Governo do Rio de Janeiro.

Abaixo, um ótimo infográfico da Folha sobre algumas instituições altamente estratégicas para a economia fluminense beneficiadas pela renúncia do Cabral. Renúncia do Cabral? Hum... Isso soa bem...



Não, você não enlouqueceu, tampouco os repórteres da Folha. Há termas entre as empresas beneficiadas. Deve ser para incentivar o turismo sexual.

COMO SOFREM OS PAIS SEPARADOS

Este blogueiro está trabalhando forte nesse tema. Em breve, novidades.

Náufrago da Utopia: ZÉ ELIAS, UM INJUSTIÇADO