terça-feira, 29 de março de 2011

'Sou Ari Pargendler, presidente do STJ. Você está demitido' - Ricardo Noblat: O Globo

Do Blog do Noblat:

'Sou Ari Pargendler, presidente do STJ. Você está demitido' - Ricardo Noblat: O Globo

Conheço gente assim. Covardes que se aproveitam da posição que conquistaram para descarregar todo seu recalque e frustração. Justamente de quem deveria partir o exemplo de equilíbrio. A sociedade brasileira começa a conquistar meios de punir políticos, embora ainda haja um longo caminho a percorrer. Mas precisamos também avançar sobre que não honra postos como o da magistratura, bem como alguns ocupantes de cargos na administração direta e indireta. Ninguém pode estar acima da Lei, nem possuir prerrogativa para desrespeitar um semelhante. Ah, perdoe-me o estagiário por chamá-lo de "semelhante" a esse elemento.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Guevara e Brizola, nas memórias de Flávio Tavares


Do Tijolaço, repasso esta entrevista com o jornalista Flávio Tavares, autor de "O dia em que Getúlio matou Allende" e "Memórias do Esquecimento": nela são dadas informações relevantes sobre movimentos que antecederam o golpe de 64 e o período conhecido como "anos de chumbo". Tavares retoma a via de raciocínio que chamo de "fatalismo totêmico", ao associar determinada ação histórica a algum encontro ou inspiração anterior. Do mesmo modo em que viu uma influência do suicídio de Getúlio Vargas na fatal decisão tomada por Salvador Allende em 1973, ele aponta o contato de Brizola com Che Guevara, narrado nesta entrevista, como inspirador da Cadeia da Legalidade e da tentativa de resistência armada contra a ditadura.
Guevara e Brizola, nas memórias de Flávio Tavares

sexta-feira, 11 de março de 2011

Do RS Urgente

Luciana Genro vai processar a (argh) Veja. Seria bom se todos os difamados por esta nefanda publicação fizessem o mesmo. Matéria do RS Urgente aqui.

terça-feira, 8 de março de 2011

Do Conversa Afiada

CIÊNCIA OU MORTE!

Na era neoliberal, não apenas os jovens deixaram de optar pelas carreiras de Ciência e Tecnologia para fazer Economia, Direito e que tais. Muitos profissionais da área técnica abandonaram suas carreiras para sobreviver. Embora alguns poucos possam ter encontrado a verdadeira vocação, a maioria buscou mesmo é uma renda compatível com tanto esforço empreendido em se graduar e qualificar. Esse estrago levará ao menos uma geração para ser consertado, e isso se o desenvolvimento a duras penas retomado não for interrompido.

segunda-feira, 7 de março de 2011

VIVA LOBATO!

A excelente Revista de História da Biblioteca Nacional publica neste mês matéria que já está dando o que falar: com o título de "Monteiro Lobato sem fantasia", Ronaldo Pelli aborda a polêmica levantada a partir da charge feita por Ziraldo para o bloco "Que Merda é Essa?" do carnaval carioca (já existiu um bloco com esse nome em Olinda).
Em primeiro lugar, a grita é livre, mas a tentativa de censura ao bloco e, pior ainda, à obra monumental de Monteiro Lobato é, para ser elegante, equivocada. Isso nada tem a ver com a crítica desapaixonada e lúcida a que toda pessoa que torne pública sua opinião deve estar sujeita. É legítimo questionar posicionamentos do escritor, em seus livros ou em outros meios. Porém, a seguir o raciocínio dos que buscam colocar restrições ao "compadre Zé Bento", deveríamos fazer o mesmo com certas epístolas de Paulo, por apresentarem caráter machista. Poderíamos também encontrar noções "politicamente incorretas" (argh!) em inúmeros contos de fadas e nas histórias em quadrinhos da Disney. Nem mesmo nosso grande Maurício de Souza estaria livre do "index prohibitorum", por causa de personagens como a Pipa (gorda) e a Magali (comilona), além do (caipira) Chico Bento.
Monteiro Lobato nos legou uma obra literária de valor inestimável. Militou bravamente em defesa da exploração das riquezas minerais em território brasileiro - e pelos brasileiros. Se escreveu coisas que hoje nós podemos discordar, ora, qual o problema? Atire o primeiro carimbo quem nunca escreveu algo de que pudesse se arrepender!

terça-feira, 1 de março de 2011

A FÚRIA DE DIONÍSIO - PARTE II

Na mensagem anterior eu falei do samba "Plataforma", de Bosco e Aldir. Um ano depois do disco "Tiro de Misericórdia", dessa dupla, chagava às lojas o antológico "De Pé no Chão", da rainha Beth Carvalho. Por causa do estrondoso sucesso de "Vou Festejar", poucos se lembram da composição de Pintado & Neném "Visual", que começava assim: "Depois que o visual virou quesito/Na concepção desses sambeiros/O samba perdeu a sua pujança/Ao curvar-se à circunstância/Imposta pelo dinheiro...".

 Ora, por mais que sejam espetaculares as alegorias, carros alegóricos e até comissões de frente apresentadas nos desfiles das escolas de samba, ficou claro que esse espetáculo se transformou numa coisa sofisticada, embora de inspiração popular. É uma grande ópera a céu aberto.  E isso sai caro, o que levou as escolas a buscar patrocínios. Uma sombra, contudo, ainda não desapareceu. Os bandidos fantasiados de "patronos", "presidentes de honra", e outros títulos eufemísticos permanecem controlando o evento, e ainda não houve político capaz de peitá-los. Grande parte da mídia os paparica, da polícia os protege e do povão os admira. Parafraseando o ótimo narrador esportivo Milton Leite: "Que beleza!". Talvez fosse uma boa ideia uma UPP na Apoteose, que passasse o rodo nesses pilantras. Como diz outro samba, "Sonhar não custa nada..."

Espero ainda ver um Carnaval sem essas "contaminações". Enquanto isso não acontece, vou para a rua, onde verdadeiros foliões fazem a festa que o Povo - e Dionísio - gostam.

A FÚRIA DE DIONÍSIO - PARTE I

Dionísio deve estar pê da vida. Enquanto no Rio alegorias das escolas de samba arderam em chamas, em São Paulo viraram mingau. Trios elétricos, por sua vez, se transformaram em passaportes para o além. Serão sinais de que o Deus da Alegria está de saco cheio de ver o que andam fazendo com a sua maior festa? 

Vou falar primeiro dos trios elétricos. Há muito tempo a criação de Dodô e Osmar se transformou em indústria. Estabelecida em Salvador, logo saturou a capital baiana e desde então começou a se expandir, tendo como um dos seus alvos o Rio de Janeiro. Só esqueceram que, com todo o respeito, isso aqui no Rio é tão natural quanto flor de plástico. O carioca não quer saber de pagar para sair num bloco, quer se vestir (ou despir) como bem entender e acha uma tremenda folga alguém vender um espaço num lugar que é público. Já em 1977 João Bosco e Aldir Blanc lançavam o samba "Plataforma", que criticava a ideia de cercar e disciplinar os blocos de carnaval. O que na época poderia soar como mais um gesto de resistência aos controles da ditadura, hoje poderia ser entoado contra as tentativas, sempre fracassadas porém insistentes, de "baianizar" o carnaval carioca, plantando nas nossas ruas aqueles caminhões infernais, que nada têm a ver com a "forbica" do trio original.

Agora tivemos uma tragédia no Rio e outra bem maior numa cidade do sul de Minas. Uma coisa deve ficar bem clara: onde quer que funcionem, trios elétricos só podem ser autorizados em locais com bastante espaço e sem rede elétrica aérea. Só podem permitir que pessoas subam neles se houver segurança para tal. E aqui no Rio, só se for de graça.

No próximo texto eu concluo.