quarta-feira, 13 de março de 2013

JORGE MARIO

 Sempre pensei que, se pudesse bater um papo com Barack Obama, perguntaria o que ele pensou no primeiro momento em que se viu sozinho no gabinete presidencial. Imaginei o cara sentando na cadeira, dando aquela giradinha e pensando: "Cara___!"

Hoje, observando o semblante de Jorge Mario Bergoglio, o hermano agora intitulado Papa Francisco, ao aparecer na sacada para ser apresentado ao mundo - muito mais do que somente ao povo na Piazza San Pietro - percebi a perplexidade do homem alçado ao posto que, no seu pensamento e no de muita gente, é o mais elevado a ser alcançado por um humano. Humano, demasiado humano. Naquele momento, enquanto acenava com timidez para a população, quase esquecendo de fazer um gesto de bênção, ele me pareceu ter percebido o tamanho de sua insignificância.

Perplexo.
Suas palavras iniciais, e a escolha inédita do nome do Poverello, parecem indicar um pontificado exercido com humildade. O que será não sei, embora com certeza se trate de um conservador. Mas o que este ex-católico, desde a adolescência, quer registrar é a imensa solidão que pareceu viver aquele senhor de 76 anos - a idade do meu pai - no instante de sua primeira aparição pública como Papa. A percepção de alguém que compreende ter uma responsabilidade incompreensível.

P.S.: vai ser difícil aturar os argentinos. Já têm o Messi, e agora...