sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

OS VERDADEIROS "BRINQUEDOS ASSASSINOS"


Com segurança não se brinca é um lema válido para toda a indústria. Mas está claro que, ao menos no Brasil, está longe de ser levado a sério por empresários do ramo de parques de diversões e autoridades que deveriam fiscalizá-los. Aliás, também por alguns pais ou responsáveis (?) que devem achar "bonitinho" ver um adolescente pilotar um veículo que pode matar.

Num intervalo de poucos dias, duas tragédias: duas jovens vidas ceifadas pela irresponsabilidade. No caso do acidente no parque Hopi Hari, em Vinhedo (reportagem da Band News aqui), um brinquedo de altíssimo risco (o tal "elevador", conhecido aqui no Rio como "cabum") não funcionou corretamente causando a morte de uma menina de 14 anos. Há vários acidentes desse tipo relatados no país, como mostra a matéria da Band News. Já em Bertioga, balneário paulista, uma menina de 3 anos foi morta por um jet ski pilotado por um garoto de 13 - ver cobertura do SRZD aqui.

Trabalho na indústria do petróleo, portanto numa atividade de risco. Para evitarmos acidentes pessoais, ambientais e patrimoniais somos permanentemente treinados e adotamos diversos protocolos de segurança. Dentre eles, um dos mais importantes é a manutenção dos equipamentos. Esta não se limita, como alguns podem pensar, a simplesmente "consertar" algo que quebra. Existem inspeções periódicas e testes aos quais os dispositivos são submetidos. E há redundâncias para que, caso um componente importante falhe, um outro execute a sua função - em outras palavras, nas atividades mais críticas há mais de uma linha de defesa, o que chamamos no nosso meio de "camada de proteção".

Evidentemente, no acidente do parque, o sistema de defesa foi incapaz de evitar a queda da menina. Será um brinquedo como esse seguro o suficiente para ser utilizado por crianças e outras pessoas sem treinamento? Haverá pessoal realmente qualificado trabalhando na sua manutenção? Ou apenas aquele famoso "cara que assina" e nunca aparece? Em outras palavras, é viável haver um "brinquedo" como esse em território nacional, dadas as conhecidas condutas dos brasileiros em geral no quesito segurança?


Arremato com o terrível acidente da menina na praia. Esse mostra a outra face da nossa triste realidade nesse campo. O enorme desprezo pelas regras ou, mais importante, a total falta de respeito pela vida. Quem já pilotou um jet ski sabe que se trata de uma máquina "nervosa", de aceleração muito rápida, como uma moto muito potente. Nunca pode ser usado junto à praia e, é claro, somente deve ser conduzido por pessoas habilitadas. Uma das salvaguardas é uma corda que prende a chave ao pulso do condutor. Como as quedas são comuns, nesses casos é desligado o acelerador e o aparelho fica se movendo lentamente em círculos, permitindo que o condutor suba novamente com facilidade. Aqui, é claro que não havia "pessoa habilitada" no comando, afinal se tratava de um adolescente. Quem entregou aquela máquina a esse menino fez o mesmo que alguém que deixa uma criança brincar com um revólver carregado.

Essas são as duas facetas da mesma moeda sinistra que destroi tantas vidas em nosso país. De um lado a falta de condições adequadas para os equipamentos funcionarem. Do outro o mau comportamento do brasileiro em situações de risco. Ambas nos mostram que ainda estamos longe de ter a Vida como Valor.


sábado, 4 de fevereiro de 2012

MILTON NASCIMENTO

Maravilhosa entrevista com o grande Bituca, publicada pela Revista do Brasil. Vale a pena mesmo para quem já conhece bem a história do grande músico.
Leia aqui.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

OLHA O BRASIL QUE NÃO QUER MUDAR!

O Jardim Guanabara é o "Bairro Nobre" da Ilha do Governador, no Rio. Tudo aponta para mais um crime de agressão gratuita (chamado nos EUA de hate crime - crime de ódio) "motivado" por total falta de respeito pelo ser humano. Jovens de classe mé(r)dia, como os que incendiaram o índio em Brasília ou os que agrediram a trabalhadora doméstica na Barra da Tijuca.


http://extra.globo.com/casos-de-policia/estudante-espancado-por-cinco-jovens-ao-defender-mendigo-que-estava-sendo-agredido-em-praca-na-ilha-do-governador-3863854.html

Falta de respeito alimentada pela falta de consequências para seus atos, afinal paipai e mãemãe hão de arregimentar os contatos de sempre: aquele juiz que é pai do coleguinha de escola, o político que mora no mesmo condomínio e outros especialistas em tráfico de influência, além é claro dos advogados. Tutto per la famiglia.