quarta-feira, 15 de junho de 2011

MANIFESTO HOMISTA

Homens de todo o mundo, uni-vos!
(mas não muito perto que é coisa de fruta)

O meu amigo Rodrigo Ribeiro vem há algum tempo falando da vontade de lançar um Movimento Homista. Pois bem. Vamos à luta, com um importante esclarecimento: esse movimento será na verdade RElançado, pois foi instituído pelo saudoso Henrique de Souza Filho, o grande cartunista Henfil.
Henfil
Pouca gente se lembra, mas ele teve um quadro chamado "TV Homem" no extinto programa TV Mulher da Rede Globo. Em preto-e-branco encenava situações pitorescas do cotidiano masculino, enfatizando a perplexidade (e o patético) dos homens perante a "nova mulher". Isso não o impedia de, ainda na ditadura, se pronunciar politicamente em pleno ar, como o fez após a morte da amiga Elis Regina: ele destacou a coragem da cantora ao gravar João Bosco e Aldir Blanc quando estes homenagearam seu irmão exilado (Betinho) na canção "O Bêbado e a Equilibrista", que acabou sendo um dos maiores sucessos da "pimentinha" gaúcha.

Bem, após esta efeméride, vamos ao Manifesto Homista, que aceitará contribuições dos valorosos confrades que abraçarem (sem frescura, porra!) essa nobre causa.

1. Homista não é o mesmo que Machista. Estes estão para nós como o Neanderthal para o Sapiens.
2. Não somos gigolôs, mas tudo bem se a mulher ganhar mais que a gente. Até preferimos, se não for porque estejamos ganhando muito mal.
3. Não somos homofóbicos (nem tampouco misômonos, que seria a palavra correta). Aliás, quanto mais borboletas no ar, mais aranhas pra caçar.
4. Somos tão favoráveis à igualdade de direitos entre homem e mulher que defendemos:
    4.a) 120 dias de licença-paternidade;
    4.b) Aposentadoria com a mesma idade das mulheres;
    4.c) Pensão só pra filhos, com o mesmo direito de pleitear a guarda;
    4.d) Se traçarmos a nossa chefe podermos processá-la por assédio.
5. Temos o direito de (algumas vezes na vida, não toda hora) chorar e de precisarmos de um colo, preferencialmente da nossa gata, mas serve mãe, paí, irmãos, filhos, amigas (vai que rola um clima) e até amigos (neste caso nada de colo, é claro).
6. Somos (geralmente) mais fortes e por isso podemos sim abrir a tampa da conserva, trocar o pneu e levar as malas. Mas não temos obrigação alguma de saber ou querer consertar tudo quanto é merda que quebra na casa.
7. Gostamos de ser cavalheiros, cedendo o lugar, abrindo a porta do carro e coisas assim. Mas tudo tem limite: não vem dando ataque de mulherzinha que vai ficar falando pro vento.
8. Sabemos e respeitamos as tais "coisas de mulher", como as variações de humor, TPM, etc. Mas, quando as coisas começam a voar pela casa, o bom homista sai pra comprar cigarro, mesmo que não seja fumante.
9. Exigimos igual respeito às "coisas de homem", tais como ver e jogar futebol, tomar cerveja com os amigos, reparar na gostosa que passa (não, ela não está me dando mole e se der eu alinho pro meu amigo que tá na pista, tá, benzinho?) e, principalmente, não querer pedir informação na primeira esquina.
10. Não somos excessivamente vaidosos e sempre achamos as mulheres muito mais lindas do que elas pensam, salvo as pistoleiras e as sem-noção, das quais queremos distância (salvo em momentos de crise).

Bem, por enquanto é isso. Aguardo suas contribuições, neste blog ou no Facebook.


2 comentários:

  1. Mário, obrigado por me citar na origem da discussão!

    Acrescento alguns itens ao manifesto:

    11- Por uma delegacia de proteção ao Homem e pela lei "Mário Penha" que nos proteja das agressões das nossas mulheres tanto quanto elas são protegidas pela lei Maria da Penha... direitos iguais para todos!

    12- Pelo direito de ser cantado pelas mulheres e de rejeitar a cantada quando não estiver a fim sem ser confundido com outro tipo de orientação sexual.

    13- Pelo direito de cuidar de criança e receber auxílio paternidade quando pais solteiros ou viúvos.

    14- Pelo direito de receber pensão alimentícia em caso de separação ou divórcio quando o salário da ex- for maior que o do homem e em caso de viuvez receber pensão do governo quando a mulher for funcionária pública.

    15- Pela qualidade de vida do homem que cada um levante ou abaixe a tampa do vaso quando precisar que ela esteja abaixada ou levantada sem ter que receber agressões verbais por não ter abaixado ou levantado a mesma.

    Apoio incondicional ao movimento e gostaria de ver mais colaboradores à este manifesto!

    Rodrigo Vieira Ribeiro

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  2. Valeu, Rodrigo! Todos têm tudo a ver e podem ser considerados incorporados ao Manifesto.

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