sexta-feira, 8 de julho de 2011

SOBRE REFINARIAS

Maquete do COMPERJ, em construção em Itaboraí .
O Brizola Neto (através de seu ghostwriter Fernando Brito) chama a atenção para uma questão estratégica: investir em refino ou exportar petróleo cru? Antigamente dizia-se que os três melhores negócios do mundo eram: uma refinaria bem administrada, uma medianamente administrada e uma mal administrada. Isso já virou balela há muito tempo. As margens de lucro da extração do petróleo são hoje muito superiores às do refino. Por isso as empresas estrangeiras só se interessam pelo setor de E&P, deixando o refino na prática sob monopólio da Petrobras. Esta, por sinal, recuperou o controle total da REFAP junto à Repsol (revertendo em parte uma das negociatas da era FHC) e constrói hoje 4 refinarias, além de ampliar as existentes. O paradoxo é que o petróleo cru de nada serve. As novas unidades permitirão que refinemos nosso óleo e gás para consumo interno ou exportação de derivados. Esta última opção, contudo, dependerá dos preços destes derivados nos países compradores, pois em todo o mundo há refinarias - algumas muito antigas e com investimentos já amortizados - que concorrerão com as nossas. Poderemos levar vantagem na qualidade dos nossos produtos, pois nosso petróleo já tem baixo teor de enxofre, facilitando o tratamento das correntes.

Mas será interessante refinar todo o óleo produzido? Ou, por outro lado, será interessante extrair todo o óleo disponível? Minha modesta opinião é: devemos produzir óleo e gás nas vazões necessárias para atender o consumo interno com um pequeno excedente para exportação (é comum precisarmos de algum petróleo importado para aplicações específicas ainda não atendidas pelo nacional, como produção de lubrificantes). Exportação de derivados é uma perspectiva atraente mas não se pode ficar atrelado a isso pelo já disposto acima. Grandes excedentes de óleo para exportação gerarão divisas, tributos e empregos, mas principalmente lucro fácil para os produtores. Precisamos ser prudentes para não secarmos os poços antes da hora.

Abaixo, a matéria do Tijolaço:

E nas refinarias, ninguém quer investir?

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