segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

SOBRE SANTA MARIA

Foto AP/RBS via EXTRA.
Impossível não escrever a respeito. Todos os canais de mídia neste momento discutem responsabilidades, medidas a tomar, eventos semelhantes e tudo que se relacione a mais uma tragédia absolutamente estúpida. Assim, procurei ser o mais sintético possível de modo a ajudar meus 21 leitores a encontrar suas próprias respostas e decisões.

1. NÃO FOI ACIDENTE - Tomo aqui o lema de uma comunidade da qual participo no Facebook, criada para lutar por medidas relativas à prevenção e punição dos crimes de trânsito. O caso é simplesmente de descaso com a vida. Abre-se um negócio, naturalmente para ganhar dinheiro, e não se dá a mínima importância à segurança das pessoas. Os "seguranças" contratados ali se encontravam apenas por razões patrimoniais, tanto que neste caso chegaram a atrapalhar a saída de vítimas imaginando que se tratassem de "caloteiros".

2. A CULPA DO ESTADO - Evidentemente o poder público não tem capacidade para, a todo o tempo, coibir desvios. Mesmo locais anteriormente vistoriados podem sofrer "reformas" que os transformem em verdadeiras armadilhas. Porém, não é difícil estabelecer prioridades, como defende o Dr. Moacyr Duarte. Existem em todas as cidades locais notórios onde mesmo um leigo pode observar que o perigo é claro. Boates são alvos óbvios mas não os únicos. Todo local de grande concentração de pessoas deve ser avaliado - igrejas, casas de shows, escolas, ginásios, shopping centers, salões de festas, etc. Uma providência simples que o Estado pode tomar é implantar um Seguro Obrigatório para estes estabelecimentos, como existe nos cinemas. Nenhuma seguradora vai bancar uma arapuca como a boate Kiss.

3. HÁ CONHECIMENTO DISPONÍVEL - Existem conhecimentos e tecnologia disponíveis para proteger as vidas dos frequentadores. Agora mesmo assisti a uma entrevista com o Dr. Gerardo Portela na Globo News onde ele mostrou diversos simuladores utilizados para prever o comportamento humano em situações de emergência. Ele deixou bem claro que não basta cumprir normas, pois estas delineiam o mínimo necessário, é preciso avaliar individualmente cada cenário.

4. O QUE VOCÊ PODE FAZER - Além de lutar como cidadão para aperfeiçoar as leis e a fiscalização, você pode tomar suas próprias precauções. Elas podem não ser suficientes, mas são coisas que eu mesmo faço.

a) ROTAS DE FUGA - Observe as saídas, a sinalização e se as mesmas estão desimpedidas. As saídas de emergência devem estar em locais diferentes. Faça um modelo mental de  como você se comportaria numa emergência. Explique a situação a quem estiver com você. Se perceber que não há esse tipo de salvaguarda, simplesmente saia.
b) AVALIE A SUPERLOTAÇÃO - Nenhum local superlotado é seguro, principalmente se for fechado. Se perceber superlotação, saia.
c) DENUNCIE - Mesmo que você ache que não adianta, denuncie. Os registros evitarão que o Estado alegue desconhecer a situação.
d) OLHO NAS GAMBIARRAS - A maioria dos incêndios em locais fechados nasce em instalações elétricas. Se perceber fiação exposta, emendas, vários fios ligados na mesma tomada, lâmpadas penduradas, equipamentos superaquecidos, saia.
e) VISTORIE LOCAIS ALUGADOS - Se você mesmo estiver organizando um evento, como uma festa de aniversário num salão de festas, verifique tudo, inclusive o laudo do Corpo de Bombeiros. Se houver irregularidades, não feche negócio.
f) PERCA A VERGONHA - Não se intimide se te acharem um "mala" porque você se preocupa com a segurança. Eu até me divirto com esses comentários.


Um comentário:

  1. Excelente comentário que promove a reflexão que nem sempre fazemos, sobre nos precaver quanto à segurança, quando estamos apenas interessados em diversão.

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