Sócrates, Brasileiro muito mais do que no nome, até os últimos dias de sua vida lutou pelas causas em que acreditava (veja aqui sua última coluna na revista Carta Capital). Na sua maioria, foram lutas inglórias. A Democracia Corintiana é apenas uma recordação romântica. Não se consolidou no clube em que surgiu e não se propagou para qualquer outro. A consciência política e social dos jogadores de futebol continua uma lástima, apesar de haver aqui e ali algumas boas iniciativas (uma delas, a Fundação Gol de Letra, tem como um de seus fundadores o também ex-jogador Raí, irmão do Doutor).
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Coração de Brasileiro |
Haverá um legado do Doutor? Para este blog, sim e não. As palavras e atitudes do Magrão estão na História e poderão servir de exemplo à geração atual e às futuras. Porém, hoje o panorama está muito distante daquele que o craque almejava. O futebol sempre teve mazelas e talvez nunca tenhamos tido tanta consciência delas. O país avançou bem mais do que o futebol, mas ainda carrega marcas terríveis de violência e desigualdade.
Uma grande homenagem a Sócrates será tornar o mundo do futebol mais limpo e uma oportunidade está aí, com as mobilizações populares em torno da Copa e das Olimpíadas. Um bom começo se deu, curiosamente, no mesmo dia de sua morte: o terrivelmente longevo João Havelange renuncia ao COI em meio a denúncias de recebimento de propinas.
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